Adivinha onde? Bingo!!! Na ESCOLA. Os palhaços fazem shows gratuitos na escola com a contrapartida de vender um KIT de CDs e DVDs. Uma prática bastante comum nos dias de hoje. Afinal, quem é da área de cultura sabe o quanto tornou-se ainda mais difícil vender CDs e DVDs. Tudo pode ser copiado e distribuído de graça. Vivemos a era criminosa da pirataria!!!
Além disso, quem vive de cultura conhece (há séculos) as barreiras do patrocínio, do mecenas, da mídia de massa (TV) e haja barreira para ser reconhecido como artista neste país de talentosos e criativos. Por isso, criar alternativas novas para distribuir produtos culturais é quase uma inovação. E a escola virou um desses canais. Não só do Patati Patata, mas de muitos outros artistas.
Certo ou Errado? Eu acho que Certo e Errado. Vamos por partes:
1- Escola é lugar de show? Certo. Eu acho que sim. Defendo até que toda escola deveria ter um comitê de pais para pensar a cultura da comunidade e, se possível, manter um gestor cultural dentro da equipe pedagógica para pensar a cultura na educação. Música nos ensina tanto: pertencimento de um grupo, identidade, alegria. É festa pura: cantar, dançar, abraçar, rodar, APRENDER. Tem tudo a ver fazer show musical em escolas.
2-Escola é lugar de vender CD e DVD para crianças? Errado. Pode até ser um canal para a venda como contrapartida para o show gratuito, mas essa é uma decisão pedagógica. Se a escola aceita isso, na minha opinião, ela deve obrigatoriamente alertar aos pais de que a responsabilidade do consumo é deles. E não das crianças. Portanto, são eles quem deve decidir pelo consumo.
3-A distribuição do CD e DVD vendido na escola deve ser feita pelos palhaços para as crianças? Errado. O produto deve ser entregue aos pais, responsáveis pelo consumo infantil. Só assim teremos condições de ensinar aos pais de que a responsabilidade do consumo infantil é deles. E não das crianças.
Essa é minha opinião, mas o mundo não é dividido em certo ou errado. Fazer show musicais em escolas envolve muita coisa. Envolve, por exemplo, responsabilidade dos pais, publicidade infantil, consumo infantil, ética dos artistas e metodologia pedagógica. O Patati Patatá faz show de graça na escola e diverte muito as crianças, mas ele peca na hora da propaganda. Eles dizem às crianças que o KIT vendido é um presente dos palhaços. Eu não conhecia a dupla, quando veio da escola o formulário sobre o interesse de adquirir o KIT e a precaução da escola de colocar os produtos na mochila das crianças. Resultado: não tive interesse de consumir... logo, minha filha ficou sem presente. De quem é o erro???
Que erro?
Detalhe: minha filha não ficou sem o Kit, na cabecinha dela, ela ficou sem o presente.
Eu cheguei a conclusão de que o erro é de todos os adultos envolvidos nesta situação. Por mais cheio de boas intenções, nossas ações foram insuficientes para o mundo contemporâneo da cultura mercadológica.
Faltou ética do Patati Patatá: eles não devem atribuir a venda do produto ao presente merecido. Deveria fazer a entrega do produto adquirido antecipadamente pelos pais em outra data ou a venda do produto pelo site.
Faltou diálogo na escola: ela não deve assumir toda responsabilidade do consumo infantil. Deve trazer os pais para essa decisão cultural e quem sabe decidir em pagar uma quantidade específica de atrações cuturais para escola. Faltou responsabilidade minha: não fui conhecer quem era o Patati Patatá. Pensei apenas: como não conheço, não compro. Lavei as mãos como mãe, deixei toda responsabilidade para escola. Não fui investigar como seria a entrega dos produtos. Como houve a precaução da entrega das mochilas, conclui que as crianças não teriam contato com este processo.
É, ter cultura em casa, nos dias de hoje, não é nada fácil. O tema vira publicidade, consumo e por aí vai. Mas para que esse blog realmente tenha sentido, ética e responsabilidade, queremos saber a sua opinião. Afinal, o que é certo ou errado no presente do Patati Patatá?
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